sexta-feira, 1 de abril de 2011

Domingues

(Desenho: Artur Domingues)

Soneto

Tordilhos, alazãos, cavalos baios

neste campo de mar nos são de espanto,

que é rosa a rosa, canto apenas canto,

e os cavalos são rendas, contemplai-os.

Jazem despertos, lúcidos lacaios

de vestes vagas cuidam no entretanto

do seu possível sono a bem de manto

para que os não de ventos e de raios.

Há cavalos vermelhos, mas não esses

porquanto quase azuis. Se os conhecesses

não teria o meu reino e os meus cavalos.

Que ao fim seriam teus, que és feita em bruma,

esses que são de mim corcéis de espuma

de quem só sabe azul no contemplá-los


(Edmir Domingues)

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